Jesus Correia Versão para impressão

Jesus Correia foi um desportista de eleição, jogando em simultâneo Futebol e Hóquei em Patins ao mais alto nível, chegando inclusive a representar em ambas as modalidades a Selecção Nacional.

Jesus Correia

No Hóquei em Patins, Jesus Correia jogou no Paço de Arcos, onde alcançou algumas vezes o titulo de campeão da 1ª Divisão, somando diversas internacionalizações, sagrando se mesmo Campeão Europeu e Mundial.

No futebol foi o extremo-direito da mais forte linha avançada de todos os tempos em Portugal, que ficou celebremente conhecida pelos cinco violinos. Conquistou ao serviço do nosso Sporting sete Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e dois Campeonatos de Lisboa, onde jogou durante nove temporadas, entre 1943 e 1952, jogando mais de 300 partidas de leão ao peito, 208 das quais de carácter oficial, marcando 160 golos, entre os mais de 250 que totalizou ao longo da carreira, números verdadeiramente impressionantes, que fazem do mesmo um dos mais brilhantes e completos jogadores da história do futebol português.

Jesus Correia nasceu em Paço de Arcos e foi no clube local que se iniciou a jogar Hóquei em Patins, mas também era simpatizante do Belenenses, e chegou a tentar lá a sua sorte no Futebol, porém foi reprovado por Augusto Amaro, que curiosamente seria o seu ídolo.

Quem ficou a ganhar foi o S.C.P., porque Joseph Szabo, que morava perto de Paço de Arcos, o foi descobrir nos treinos do Hóquei, definindo-o logo como o “atleta ideal”. Pouco tempo depois Szabo tratou de levar Jesus Correia para o nosso clube, e apesar do Estoril se ter intrometido na corrida pelos serviços do atleta, a intervenção do seu chefe, que na altura era também dirigente do Sporting, no Grémio dos Armazenistas de Mercearia, onde trabalhava, desviou o para a equipa de Alvalade.

Recebeu a quantia de 12.000$ para assinar o contrato e na sua primeira época ao serviço do clube leonino, sagrou se logo Campeão Nacional. Só na temporada seguinte é que Jesus Correia se viria a afirmar como titular indiscutível do nosso Sporting, ocupando o lugar de Adolfo Mourão, outro atleta histórico do nosso clube. Nesta época viveu uma das suas inúmeras tardes de glória, na Final da Taça de Portugal de 1945, quando foi o marcador do golo solitário com que o S.C.P. derrotou a equipa do Olhanense, a poucos minutos do fim do jogo.

Outra tarde inesquecível para este grande atleta aconteceu em Madrid, onde num jogo contra o Atlético local, Jesus Correia marcou 6 golos, na nossa vitória por 6-3. Nesta altura já era presença assídua na Selecção Nacional Portuguesa, na qual realizou 13 partidas, registando 3 tentos.

Abandonou o futebol em 1952, quando tinha apenas 28 anos de idade. Foi pressionado na altura pelo Sporting a optar entre o futebol e o Hóquei em Patins. Optou então pelo Hóquei, e pelo clube da terra onde tinha nascido, deixando assim espantado e em choque o mundo leonino, que não pensava que Jesus Correia tomaria esta opção. O atleta explicou na altura, que devido a já ter 30 anos de idade, seria mais fácil para si conseguir manter se ao mais alto nível no Hóquei em Patins.

A sua ligação afectiva ao nosso clube prolongou se ao longo do tempo, tendo sido um dos cinco violinos distinguido com o Prémio Stromp na categoria “Saudade” em 1993 e com a medalha de ouro do Sporting Clube de Portugal.

Faleceu a 30 de Novembro de 2003, quando já era o único dos violinos ainda presente entre nós. Pouco tempo antes de falecer, foi ele que deu o pontapé de saída na inauguração do novo Estádio José Alvalade, num jogo que opôs o nosso clube contra a equipa inglesa do Manchester United.