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Um dos temas "tabu" que domina a problemática do Movimento Ultra e afins é indiscutivelmente a "politização" das Curvas. Por ser um tema "complicado", capaz de potenciar a confusão ou até a instrumentalização, é importante abordar o tema com frontalidade.

Os estatutos da Torcida Verde, naturalmente, impedem que haja qualquer discriminação por motivos ideológicos, religiosos ou raciais. Neste sentido o direccionamento para uma única e determinada corrente politica ou ideológica colide em absoluto com os princípios que regem a Torcida Verde.

Política zero na Curva

Sabemos que este é um tema melindroso, um potencial foco de divergências, pelo que se o nosso Ideal comum em torno do SCP unifica as motivações, a chamada "politização da Curva" divide.

Na Torcida Verde somos uma Associação de gente livre com diferentes ideias, hábitos, tradições ou convicções. Por tudo isto na Torcida Verde: Política Zero!

Tal posição porém nunca nos impediu de intervir, com iniciativas próprias em áreas que consideramos como deveres de cidadania (o caso de Timor desde 1991, o afastamento da propagação das práticas xenófobas ou o universal combate pela paz e a aversão à guerra) ou que intervêm directamente com nossa acção e nossa imagem (o racismo, a droga, etc.).

O facto da Torcida Verde ter assumido este rumo com frontalidade, com a coragem e com a convicção de caminhar "orgulhosamente só", exactamente no sentido contrário da "ordem dominante" nas curvas nacionais e europeias, valeu-nos de imediato etiquetas e tentativas de colagens descabidas. Tanto mais que na Torcida Verde nunca apareceram simbologias de cariz "politico ideológico" - ao contrário de muitos outros grupos - alguns dos quais expondo simbologia de cariz oposto, em simultâneo, num curto espaço de tempo, numa mistura explosiva de tendências antagónicas.

Da mesma forma que participámos em diversas iniciativas "correr com o racismo" - no âmbito do Protocolo com a Câmara Municipal de Lisboa - sempre nos demarcámos das práticas Xenófobas e racistas nas curvas, sendo este um tema que intervém claramente com a nossa acção e imagem, existindo o senso comum que afirma as claques como bandos de marginais, drogados, racistas, etc.

A demarcação do tema racismo foi aliás antecedido do tema toxicodependência em 1990 com o protocolo - projecto vida mais - com o mesmo objectivo.

Da mesma forma como nos demarcámos destas práticas, como um acto de cidadania e autenticidade, também nunca permitimos instrumentalizações de cariz oposto. Neste sentido nunca nos associámos a movimentos organizados de combate ideológico, relacionados com este tema.

Clarificamos ainda, não termos em qualquer circunstância qualquer relacionamento formal com qualquer agrupamento desse teor.

É curioso assistirmos às vozes que procuram colocar-nos em diversos campos. Por intervirmos solidariamente com os nossos amigos timorenses "somos de esquerda". Por apoiarmos a selecção nacional por essa Europa fora e até na Coreia, com a produção de coreografias próprias com maior impacto, como a megacamisola com as cores lusas, somos para alguns cérebros "nacionalistas". Por sermos "saudosistas do amor à camisola" com a evocação dos eternos "5 violinos", seremos "retrógrados direitistas".

O nosso rumo é coerente. Sempre afirmámos "Agir, Participar e Intervir" como princípios de acção claros.

Esta sempre constituiu a nossa forma de interpretar o "Movimento Ultra", assim como, outros Grupos noutras realidades em Itália, na Alemanha, em França ou na Áustria.

Nunca fomos "arrebanhados" pelas modas dominantes. O que nos tem valido muitas etiquetas e preconceitos que a realidade dos factos tem encarregado de desmistificar.

 

Setúbal 2 - SCP 0

Na Torcida Verde de há muito decidimos assumir posições em relação a temas considerados como verdadeiros "tabús" no mundo das "claques" (designação com a qual jamais nos identificámos).

Tratam-se de assuntos complicados, sobre os quais seria muito mais cómodo abdicar de tomar posição, escondendo-nos no "nim", algo tão usual numa sociedade onde a hipocrisia, o cinismo e a incoerência dominam impunemente.

Ter a coragem de tomar posição em relação a temas como a "violência organizada", "o enquadramento legal", "a política na curva", "o futebol moderno", "o ecletismo" entre outros, é uma demonstração inequívoca de coragem e maturidade.

 

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