Protocolo dos apoios com o Sporting Versão para impressão

O protocolo assinado em Janeiro de 2004 com o SCP e os outros grupos de apoio, Juventude Leonina e Directivo Ultras XXI, foi um acontecimento histórico.

Reconhecemos a coragem do Presidente à data, Dias da Cunha, ao formalizar um relacionamento impopular e incómodo em muitos sectores no Clube e na sociedade portuguesa, tais são os preconceitos em relação aos grupos organizados de apoio.

Uma vez mais, o SCP teve uma intervenção pioneira de grande alcance que não encontraria receptividade na generalidade dos clubes, por razões óbvias.

Seria muito mais cómodo aos dirigentes do SCP darem os apoios por "debaixo da mesa", manipulando-as como exércitos pessoais ao sabor das guerras ou dos interesses do momento em lugar de assumir um relacionamento objectivo com deveres e direitos bem definidos.

O protocolo permitiria que os apoios fossem concedidos de forma transparente assente em critérios objectivos.

Não sendo perfeito, com dificuldades em especial na sua aplicação, conforme alertámos no dia da sua assinatura, este acordo de princípios tem um imenso valor para a Torcida Verde. Doravante os apoios da instituição seriam muito mais transparentes e coerentes sendo o seu acesso do conhecimento público.

Não seria necessário termos "conhecimentos" na SAD (o que nunca aconteceu!) para "esmolarmos ou sacarmos" apoios para os bilhetes e autocarros. Neste sentido, para a Torcida Verde este protocolo foi uma vitória do SCP, na qual participámos desde a primeira hora e à qual nos associámos com grande convicção.

O facto de se estabelecerem um conjunto de procedimentos e regras, pela primeira vez no limiar dos 20 anos de acção da Torcida Verde, também constituiu uma vitória.

Cumpre referir que a Torcida Verde sempre foi totalmente contra à atribuição de dinheiro, por via do protocolo, aos grupos leoninos. Durante meses a fio nas reuniões que antecederam a sua celebração a Torcida Verde, afirmou de forma objectiva que era um péssimo princípio dar dinheiro aos grupos, sendo sim importante que os apoios fossem direccionados (mediante a apresentação da respectiva documentação contabilística) para os bilhetes em Alvalade e/ou para os jogos fora, para os autocarros para as deslocações e outras iniciativas relacionadas directamente com as actividades de apoio ao clube, como será o caso das coreografias.

Podemos afirmar que o protocolo é uma vitória do SCP e dos seus adeptos organizados, embora a sua aplicação conheça alguns episódios contraditórios ao espírito do protocolo. A imputação das multas aos grupos organizados de adeptos pelo Clube decorre da acção específica e autónoma de cada um, salvo quando não seja possível apurar responsabilidades. Nesse caso a multa imputada pelas organizações desportivas (federações e ligas) ao Clube são repartidas proporcionalmente pelos 3 grupos.

Infelizmente a gestão das multas nem sempre é a mais objectiva, de onde têm resultado avultados e injustos pagamentos da nossa parte. Por outro lado, a contestação das multas da parte do Clube é praticamente ineficaz, pelo que a avaliação dos delegados da LPF é praticamente "lei", sobrepondo-se em muitos casos aos relatórios dos "Spotters" que nos acompanham e elaboram relatórios.

De qualquer forma o protocolo é um processo que tem evoluído e ainda possibilitado melhorar a comunicação entre os vários componentes, o que consideramos muito importante.